cover
Tocando Agora:

Justiça manda policiais civis do RN encerrarem greve, mas categoria mantém paralisação

Desembargador do TJRN atendeu a pedido do MP e estabeleceu multa em caso de descumprimento

Justiça manda policiais civis do RN encerrarem greve, mas categoria mantém paralisação
Justiça manda policiais civis do RN encerrarem greve, mas categoria mantém paralisação (Foto: Reprodução)


Redação25/04/2024 | 07:41
O desembargador Dilermando Mota, do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN), determinou nesta quarta-feira 24 o encerramento da greve dos servidores da Polícia Civil e da Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesed).
O magistrado determinou também que, em caso de descumprimento, o sindicato da categoria (Sinpol) deverá pagar multa diária de R$ 5 mil, limitada inicialmente a R$ 100 mil.
Delegacia Policia Civil Fechada. Foto: José Aldenir / Agora RN
Categoria fez assembleia nesta quarta-feira e decidiu manter paralisação após negociações com o Governo do Estado não terem avançado; Sindicato diz não ter sido notificado da decisão judicial. Foto: José Aldenir / Agora RN
Dilermando Mota atendeu a pedido do Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN). O órgão havia entrado com ação na terça-feira 23 argumentando que a paralisação dos policiais civis é ilegal porque o Supremo Tribunal Federal (STF) já decidiu que servidores da segurança pública não podem fazer greve.
Na decisão sobre o movimento dos policiais civis, o desembargador escreveu: “Assentadas tais premissas, claras e objetivas, e considerando que os documentos acostados aos autos, somados aos fatos amplamente noticiados pela mídia local, dão conta da deflagração real do movimento grevista e da efetiva paralisação de serviços públicos essenciais à segurança pública, com delegacias fechadas e diárias operacionais simplesmente não realizadas, compreendo que existe plausibilidade no pleito cautelar do ente ministerial, mesmo destacando a sensibilidade deste julgador em torno das reivindicações da categoria, potencialmente justas”.
Ainda segundo o desembargador, a manutenção da greve “poderá gerar risco de prejuízos irreparáveis ou de difícil reparação à sociedade local, intimamente relacionados a valores de índole constitucional superior (segurança e ordem públicas)”.
Delegacias seguem fechadas, e policiais buscam apoio político
Apesar da decisão judicial, a categoria decidiu na noite desta quarta-feira 24 manter a paralisação. Eles esperavam que o governo formalizasse uma nova proposta para reajuste salarial, mas não houve avanço nas negociações.
“A luta seguirá firme até que a governadora Fátima Bezerra tenha um gesto de reconhecimento aos policiais civis. O que está sendo pedido é justo e, inclusive, o governo já concedeu para outras categorias da Segurança Pública. Então, agora só falta a vontade política da chefe do Executivo para encerrarmos esse movimento”, destaca Nilton Arruda, presidente do Sinpol.
Sobre a decisão judicial, o sindicato diz não ter sido notificado.
Delegacias
Segundo o diretor da Associação dos Delegados de Polícia Civil do RN (Adepol-RN), delegado Júlio César, atualmente, no Estado, só as delegacias de plantões estão funcionando. “Caso a população precise de serviços, é necessário procurar as delegacias de plantões, mas a gente está esperançoso de que o governo se sensibilize e resolva logo essa situação, porque ninguém quer que isso permaneça”, relata o delegado.
Apoio político
Os presidentes das associações, nesta quarta 24, estiveram na Assembleia Legislativa na procura de apoio de parlamentares. E a classe espera que, com a chegada de Fátima de Brasília, o cenário de paralisação seja resolvido definitivamente.
“No governo passado, só tivemos um aumento de 10%, enquanto outras forças policiais tiveram aumentos mais acentuados. Isso diante de uma inflação de mais de 53% nesse período. O que a gente busca é algo justo e vamos permanecer com a mobilização se o governo não resolver em definitiva essa situação”, afirma Júlio.
A categoria reafirmou nesta quarta-feira, ainda, que concorda com reajuste de 10% em 2025.

Comentários (0)