PT e PSOL pedem impeachment de Tarcísio por articulação pela anistia e ataques ao STF
Documento entregue ao presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) cita viagem a Brasília, ato de 7 de Setembro e acusações de uso indevido de recursos públicos
10/09/2025 10:09
| Atualizado há 1 mês atrás
Os deputados estaduais Antonio Donato (PT), líder da federação PT, PC do B e PV, e Guilherme Cortez (Psol), líder da federação Psol e Rede, protocolaram nesta terça-feira 9 um pedido de impeachment do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). O documento foi entregue ao presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), André do Prado (PL).
No pedido, os parlamentares afirmam que o governador cometeu crime de responsabilidade ao viajar para Brasília durante a semana em que o Supremo Tribunal Federal (STF) julgava o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado. Na capital, Tarcísio articulou a favor do projeto de lei que prevê anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro.
O texto menciona também a participação do governador em manifestação realizada na Avenida Paulista em 7 de setembro. Durante o ato, em apoio a Bolsonaro, Tarcísio discursou: “Só existe um candidato para nós, que é Jair Messias Bolsonaro. Nós estamos aqui hoje para clamar por justiça. Justiça para Débora. Justiça para o Clezão. Justiça para o que as Mateus, justiça para Juliana, justiça para os ambulantes, justiça para aqueles que estão presos injustamente, aqueles que merecem o nosso respeito. E agora a gente está assistindo a um julgamento. A história tenta ser reescrita. A esquerda viveu de narrativa a vida toda”.
Segundo o pedido, o governador chamou o ministro do STF Alexandre de Moraes de “ditador” e endossou gritos de “fora Moraes”. “Ninguém aguenta mais a tirania de um ministro como Moraes”, disse Tarcísio. Para os deputados, as ações do governador também configuram uso indevido de recursos públicos: “É também ilegal e imoral um agente público utilizar recursos do erário estadual em interesse próprio, seja em defesa de um aliado político ou da ambição presidencial óbvia que emana dos movimentos e declarações do governador de São Paulo”, escreveram.
O presidente da Alesp, André do Prado, é o responsável por decidir sobre a abertura ou não do processo de impeachment. Ele é aliado político de Tarcísio, que conta com ampla maioria de apoio entre os deputados estaduais.
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