Lula afirma que não quer ir para o céu: “Se alguém quiser ir, estou dando minha vaga”
Durante lançamento de programa ambiental em Manaus, Lula anunciou investimentos, criticou adversários políticos e afirmou, em tom bem-humorado, que não pretende ir para o céu
15/09/2025 16:44
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, em tom bem-humorado, que não pretende ir para o céu e que “está dando sua vaga”. A fala ocorreu durante o lançamento do Programa União com Municípios pela Redução do Desmatamento e Incêndios Florestais, realizado em Manaus no último dia 4.
No evento, o Governo Federal anunciou R$ 70 milhões em investimentos, provenientes do orçamento da União e do Fundo Amazônia, destinados a apoiar prefeitos, trabalhadores rurais e povos tradicionais no combate às queimadas e à degradação ambiental.
Ao destacar a necessidade de preservar o planeta e de agir com responsabilidade diante das mudanças climáticas, Lula comentou que não deposita esperanças em outro mundo além da Terra. “Eu não tenho como saber se tem outro planeta. Eu estou tão pessimista que eu não quero nem ir para o céu. Eu quero viver 120 anos. Então, se alguém quiser ir para o céu no meu lugar, eu estou dando minha vaga”, disse.
Apoio a municípios e povos tradicionais
O presidente explicou que a iniciativa busca transformar prefeitos em aliados centrais na proteção da floresta, com fornecimento de equipamentos como drones, barcos e caminhões. Segundo ele, o combate ao desmatamento não deve ser encarado como um jogo de culpados, mas como uma parceria. “O prefeito não é nosso inimigo, o prefeito é o nosso principal soldado numa cidade para que a gente possa evitar os desmazelos e os erros que têm acontecido”, afirmou.
Além dos gestores municipais, o programa também contempla recursos para comunidades indígenas e trabalhadores rurais que vivem do extrativismo e da pesca. Para Lula, a valorização do papel dessas populações é essencial para manter a floresta em pé e reduzir os focos de incêndio.
Defesa da Amazônia e críticas à oposição
Durante o discurso, o presidente também reforçou a importância da Amazônia no debate internacional sobre as mudanças climáticas, criticou governos anteriores por não investirem na região e lembrou que o Brasil sediará a COP30, em Belém. Em outro momento, sem citar nomes, voltou a criticar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), acusando-o de tentar dar um golpe de Estado e de prejudicar o País no cenário externo.
Lula encerrou sua fala destacando que, apesar das dificuldades, mantém vigor e disposição. “Olhe bem para esse jovem de 80 anos que está falando com vocês. Eu, enquanto esse corpo jovem tiver capacidade de resistência, a extrema direita não voltará a governar mais esse país”, afirmou.
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