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Polícia identifica suspeitos do PCC em execução do ex-delegado Ruy Ferraz Fontes

Felipe Avelino e Flávio Henrique tiveram DNA encontrado em carros usados no crime; investigação também apura envolvimento de Fernando Gonçalves, conhecido como “Azul”

Polícia identifica suspeitos do PCC em execução do ex-delegado Ruy Ferraz Fontes
Polícia identifica suspeitos do PCC em execução do ex-delegado Ruy Ferraz Fontes (Foto: Reprodução)

As investigações sobre a execução do ex-delegado-geral de Polícia de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, apontaram a possível participação de três integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC).
O primeiro é Felipe Avelino da Silva, conhecido como Mascherano, cujo retrato foi divulgado pelo secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite (PL), nesta quinta-feira 18. Segundo a SSP, o DNA de Avelino foi encontrado em um dos carros usados na execução. Ele tem passagens por tráfico de drogas, roubo qualificado e corrupção de menores desde 2009 e liderava o crime organizado na região do ABC paulista.
Avelino cumpriu parte de penas de quatro anos (2014) e seis anos e dois meses (2017) por tráfico e roubo qualificado, progredindo para o regime aberto em 2023. Ele teve prisão temporária decretada pela Justiça e é procurado pela polícia, junto com Flávio Henrique Ferreira de Souza, 24 anos, que também teve DNA identificado nos veículos.
Outra liderança do PCC investigada é Fernando Gonçalves dos Santos, conhecido como “Azul” ou “Colorido”. Ele cumpriu 28 anos de prisão por roubo, tráfico de drogas, receptação e associação criminosa, incluindo períodos na Penitenciária de Presidente Venceslau e na Penitenciária Federal de Mossoró (RN), de onde saiu em agosto deste ano. Segundo o delegado-geral da Polícia Civil, Artur Dian, Fernando pode estar envolvido no crime.
“A possibilidade do Azul ou do Colorido, não está descartada porque esse membro do PCC saiu recentemente do presídio federal de Mossoró e ficou preso na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau muitos anos na companhia de vários líderes aí do Primeiro Comando da Capital”, disse o secretário Derrite.
O Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) investiga se o homicídio foi motivado por represália à atuação de Ruy Ferraz como secretário de Administração da Prefeitura de Praia Grande. A Polícia Civil analisa contratos públicos em que a facção pode ter participado para lavagem de dinheiro.
“O que existe é uma possibilidade que esteja relacionada a atuação dele como secretário municipal. Uma das coisas que veio e está sendo analisado é exatamente isso. Eventuais contratos em que o crime organizado vem participando em contratos públicos para lavar dinheiro”, declarou Derrite.
Ruy Ferraz, aposentado e com 64 anos, foi executado na última segunda-feira 15 por seis criminosos armados em Praia Grande. Ele estava sozinho em um Fiat Argo com 29 perfurações de tiros, veículo que pertencia à sua esposa. Entre suas atribuições na prefeitura, estava monitorar propostas de contratos e licitações. O DHPP também analisa se ele impediu a concretização de contratos ligados à facção, o que pode ter motivado o homicídio.
A investigação identificou que a execução foi planejada por pelo menos cinco meses. Dois veículos usados no crime foram roubados e depois abandonados: um Renegade e uma Hilux, que foi incendiada. Um terceiro carro auxiliou na fuga.
A defesa de Felipe Avelino e Fernando Gonçalves não foi localizada. A Prefeitura de Praia Grande foi procurada para comentar sobre possíveis contratos públicos irregulares e não havia se manifestado até a última atualização da reportagem.

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